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A Comunidade Remanescente Quilombola Boa Vista: um exemplo de Resistência e Cultura Afro-Brasileira

  • Foto do escritor: Adenilson Barcelos de Miranda
    Adenilson Barcelos de Miranda
  • 4 de jan. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 5 de ago. de 2024

Oriximiná, Comunidade Remanescente Quilombola Boa Vista. Abril de 2024


Marivaldo de Jesus Rocha, presidente da Associação Comunidade Remanescente Quilombola Boa Vista (ACRQBV). Oriximiná, Pará. Abril, 2024.


No coração da Floresta Amazônica, onde as águas do rio Tapajós se encontram com as do Juruá, pulsa a comunidade quilombola Boa Vista em Oriximiná, Pará. É um local imbuído de história, cultura e ancestralidade, onde a luta pela liberdade e a preservação da identidade afro-brasileira se entrelaçam em cada momento.

 

Erguida por indivíduos que desafiaram a escravidão, a comunidade Boa Vista se tornou um farol de resistência contra a opressão. Desde o século XVIII, seus habitantes vêm tecendo um legado de resiliência e solidariedade, mantendo vivas suas tradições, crenças e modo de vida único.


Vista parcial da Comunidade Remanescente Quilombola Boa Vista, Oriximiná, Pará. Abril, 2024.

 

Em 1995, a comunidade alcançou um marco histórico ao se tornar a primeira terra quilombola titulada do Brasil. Esse reconhecimento oficial foi o fruto da luta de várias gerações e serviu como inspiração para outras comunidades em todo o país.

 

Com aproximadamente 420 famílias, 1500 pessoas, a comunidade Boa Vista irradia a energia vibrante de seus moradores.

O turismo de base comunitária tem o potencial de ser um elemento fundamental para o desenvolvimento local, uma vez que aproveita a beleza natural da região, a riqueza cultural da comunidade e a autenticidade da hospitalidade de seu povo.

Entretanto, a história da comunidade Boa Vista também é marcada por desafios.


Igreja da Comunidade Remanescente Quilombola Boa Vista. Abril, 2024.

A falta de acesso à educação, saúde e infraestrutura básica ainda persiste. A luta contra os impactos socioambientais da mineração na região é uma batalha contínua, visando proteger os rios, a floresta e o modo de vida tradicional.

 

Apesar das adversidades, a comunidade Boa Vista permanece firme em seu caminho. A coesão comunitária, a conexão com a ancestralidade e a esperança por um futuro mais justo e equitativo são os pilares que sustentam essa comunidade vibrante, que se ergue como um símbolo da resistência afro-brasileira e da busca por um mundo melhor.


A comunidade Boa Vista é um tesouro cultural e histórico de valor inestimável. Sua trajetória, sua cultura e sua luta servem de inspiração para todos que aspiram à construção de uma sociedade mais justa e igualitária.





Em visita técnica na comunidade Boa Vista com objetivo de promover a expansão dos serviços de Telessaúde, tive a oportunidade de conhecer Mariana Santos, uma mulher de 75 anos que dedicou sua vida profissional à área da saúde, atuando como agente comunitária. Seu vasto conhecimento inclui o uso tradicional de plantas medicinais e práticas eficazes no cuidado com as pessoas. Seguindo os passos de sua avó, encontra-se seu neto, Gernan dos Santos Melo.


A visita à comunidade Boa Vista me colocou diante de uma comunidade cuja história é um testemunho da luta pela liberdade e preservação da identidade, inspirando não apenas seus moradores, mas também todos os que almejam construir um mundo mais justo e igualitário.


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© 2024 por adenilson.barcelos.de.miranda.

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