PESQUISA
Pesquiso a história dos indígenas conhecidos como “Gavião”, falantes de um dialeto da língua Timbira Oriental, pertencente à família linguística Jê. A denominação “Gaviões” refere-se atualmente aos Akrãtikatêjê, Kỳikatêjê e Parkatêjê, localizados na mesorregião Sudeste do Pará, na Terra Indígena Mãe Maria, no município de Bom Jesus do Tocantins.
Nesse contexto, a pesquisa toma como referência o percurso geográfico da ocupação das terras indígenas no Maranhão, relacionando-o ao processo de consolidação do território nacional. Para isso, foram consideradas as contribuições do etnólogo Curt Nimuendajú, especialmente suas análises sobre as frentes de ocupação que incidiram na vasta região a leste do rio Tocantins, por ele denominada “País Timbira”.
A pesquisa abrange o período que vai dos primeiros contatos com os Timbira, no século XVIII, até a década de 1980. Neste trabalho, analiso a diáspora do povo Gavião, que partiu do curso médio do rio Tocantins, no Maranhão, em direção à região Sudeste do Pará, ressaltando seus contatos com a população envolvente e, sobretudo, sua resistência na defesa de suas terras diante das invasões e do sistema de exploração econômica ao qual foram submetidos, utilizados como mão de obra coletora pelo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) durante o regime militar. Também é examinada a resistência frente ao Programa Grande Carajás (PGC), diretamente ligado à história dos Gavião, uma vez que a abertura da Estrada de Ferro Carajás e os empreendimentos de mineração impactaram seu território, provocando pressões territoriais tais como invasões, conflitos, mas também desencadeando uma resistência indígena organizada como resposta aos desafios.
MISSÃO
Publicação
Um livro como fruto de pesquisa não se propõe a resgatar o passado vivido, pois a história é uma reconstrução problemática e incompleta do que já não existe mais, como foi anunciado por Pierre Nora. No livro há uma intenção de questionar uma história apresentada como verdade pelos vencedores. Faço uso da documentação produzida e que ao longo do tempo se consolidou como um instrumento de guerra contra as sociedades indígenas.

Linha do tempo


